AMOR incondicional



Ser mãe, para a maioria das mulheres da minha geração, em especial para a maioria das que eu conheço, não era prioridade.
As trintonas de hoje são independentes, ganham seu próprio dinheiro com sua profissão, sua capacidade intelectual, seu mérito.
São mulheres inteligentes, interessantes, sonhadoras e muito batalhadoras.
A grande maioria tem curso superior, pós-superior, cursos de aperfeiçoamento, e porque não curso de culinária, de corte e costura, de crochê, de fotografia, de pintura...
Adquirimos a independência financeira (automóvel, casa própria ou alugada) por conta própria, ou juntamente com o cônjuge, e não atrás dele.
Nascendo com boas condições financeiras, ou trabalhando para conseguir ter uma vida boa, as mulheres dos dias de hoje estão ligadas, ou melhor, conectadas à modernidade e seus os benefícios. Aos malefícios também, mas deixemo-los para lá.
Os benefícios que falo são: poder organizar a própria vida de acordo com seus princípios.
Ter programação. Ter metas. Assumir e cumprir compromissos.
E não se preocupar com o “ficar para titia”, ou se vai passar mais um dia dos namorados sem um.
Se casamento é compromisso, um filho demanda de muito mais comprometimento. É uma responsabilidade para sempre.
Muitos casais estão tardando, ou até mesmo não tendo, os filhos.
Posso devolver? Não pode! Onde desliga? Não desliga nunca, apenas fica “stand by” quando dormem!
Filhos não são como sobrinhos que, quando estão chorando e/ou sujos, devolvemos para as mães!
Essa decisão, assim como o que fazer da vida, profissão, educação, casamento, requer muito planejamento e coragem!
Até o meu relógio biológico maternal despertar eu pensava que jamais seria mãe. Assim como meu marido, eu pensava que jamais colocaria “mais um” no mundo.
Nossa vida estava tão boa assim. Viajar, comer qualquer coisa, sair sem preocupação com horário, dormir e não ter hora para acordar.
Sempre gostamos de crianças, mas não pensávamos em ter uma nossa.
Que bom que amadurecemos, evoluímos, e mudar faz bem à saúde física e mental.
E, apesar do grande medo de ser mãe, pois, sim, eu pensava também nos 9 meses de gravidez (Jesus, pra quê tantos meses, hein? Uns 5 já estava de bom tamanho!), eu ainda tinha medo do parto. Que de “normal”, eu não consigo ver nada, não!
Hoje, depois de ter passado por essa experiência única e maravilhosa, eu recomendo: tenha um filho!
A vida vai mudar da água pro vinho!
Nunca mais os dias serão vazios! Depressão? Não dá tempo para sofrer disso, não!
Como disse a atriz Júlia Roberts, numa entrevista, “ter filhos é como ter uma enorme tatuagem no rosto.”
Esse é um jeito simples de dizer o quanto você se compromete quando toma uma decisão dessas. Se você vai tatuar, não importa a parte do corpo, é bom ter certeza do que está fazendo.
Depois que nos tornamos mãe, tudo muda para melhor.
Mentira! São noites mal dormidas, dores no corpo, muitas preocupações... mas, enfim, faz parte do pacote e estava nas letras miúdas do contrato...
Eu amo incondicionalmente a minha filha, e amo muito ser mãe. E eu sim, faço a maior “propaganda”!
A maternidade me proporcionou alguns kg, alguns cabelos brancos, olheiras mais profundas, dores na coluna, nas pernas, insônia, falhas na memória - o Alzheimer Materno- , baixa libido, baixa autoestima...
Apesar de muitos fatores estafantes, há muito mais benefícios.
Podem acreditar, podem perguntar para outras mães e pais.
A grande maioria vai dizer: “é bom, é muito bom!”.
Ter o amor daquelas miniaturinhas de gente é valioso demais.
Viver o lúdico, o mundo da fantasia é maravilhoso.
Educar não é nada fácil, mas diariamente – no nosso trabalho, faculdade, etc – não somos sempre desafiados?
Então, mais um “setor” da vida que te proporcionará novas emoções. E com certeza essa lição vai te engrandecer muito. Aprendemos muito com eles.
Ter expediente extra de trabalho não é fácil. Um te remunera. O outro te consome: financeiramente, mentalmente, mas, principalmente emocionalmente.
Entretanto, após um dia exaustivo, receber teu filho com aquele sorrisão e ganhar um abraço e um beijo é como comercial do Master Card = não tem preço!
Ter um filho é muita responsabilidade e muito comprometimento. Não é só barriga cheia, roupa, cama e matricular na escola.
Ter um filho é vestir a camiseta mesmo!
Então, se tu estás em dúvida, pense bem.
Coloque as prioridades na balança, e pense bem em ser a pessoa importante e mais amada do mundo!
Porque o amor de uma criança é totalmente puro e sincero, e é o melhor amor do mundo! Seja um filho de sangue, ou do coração!
Não importa a sua idade.  Com vinte, trinta ou quarenta anos!
Depois me conta se não estou falando a verdade!
*Jeanine de Moraes

MULHER. Do rosa bebê ao rosa choque. Qual é o seu tom?



Acabei de ler o livro, conforme o título, da psicoterapeuta, psicóloga clínica, terapeuta de família e casal, Cris Manfro. ADOREI – com letras maiúsculas.
É daqueles livros que comemos as palavras, a cada página e capítulo queremos mais e mais.
Eu “conheci” esta psicóloga pela sua coluna semanal do Jornal NH, e desde então, a leio.
O livro - coincidentemente, ou não - foi uma sugestão de uma amiga, quando eu pedi uma indicação que me fizesse retornar ao mundo da leitura. Especificamente eu pedi uma sugestão de um livro que me fizesse resgatar a mulher dentro de mim.
Sendo graduada em Letras, curiosa por natureza, e leitora desde que me conheço por gente, sempre li muito. Porém, desde a minha gravidez até agora (minha pequena está com 1 ano e 9 meses), eu só estava interessada por assuntos de bebês.
É, já entra aqui um novo tom em minha vida: tornei-me mãe. E além de me tornar mais emotiva, minha preocupação, meu foco em assuntos e interesses centralizaram-se quase que unicamente na maternidade. Deixando assim, bem de lado, a vaidade, as minhas antigas preferências.
Mudei minhas prioridades, e, quando me dei conta eu estava vivendo unicamente para a minha filha.
Amo ser mãe, apesar de cansada, adoro todas essas atividades, preocupações, esse mundo infantil que eu e meu marido escolhemos.
Porém, acabei esquecendo de mim... e acabei me tornando uma pessoa TANTO FAZ, que eu tanto criticava, conforme escrevi noutro texto.
Gostei muito do livro, assim como gosto das crônicas e artigos da autora. Eu adoro assuntos que fazem o leitor refletir, analisar, aprimorar, se emocionar, se autoconhecer e autoanalisar-se.
Adoro escritores que falam dos sentimentos e do cotidiano, que tocam bem naquela nossa feridinha que não queremos aceitar.
Admiro os psicólogos, terapeutas e psicopedagogos. Devemos pensar na saúde mental, e não somente na física. É muito importante conversar com um profissional.
Felizmente eu tenho minhas psicólogas de plantão, as minhas psico-lokas, que me ajudam (muito) quando o bicho tá pegando.
Compartilhar vivências e poder expressar os sentimentos é muito importante para a evolução humana. É vital.
De médico e louco todo mundo tem um pouco, não é o que dizem? Creio que toda mulher tem um pouco de louca e de psicóloga.
Nós, mulheres, sempre estamos dispostas a ouvir, e comentar nosso ponto de vista. Na maioria das vezes sempre sabemos, ou até mesmo já vivemos algo parecido, ou seja, “ai, amiga, sei como é...”.
E sabemos mesmo. Quando não sabemos, achamos que sabemos, e na melhor das intenções queremos ajudar.
Voltando a leitura, cheguei a conclusão do que eu já tinha quase certeza: dentro de mim existem muitas Jeanines.
Ou, como pergunta a autora, eu respondo: tenho muitos tons dentro de mim. E não apenas do rosa bebê ao rosa choque. Minha cartela de cores é imensa!
Na leitura deste livro me identifiquei muitas vezes. Vi amigas, minha mãe, irmã... e cheguei a conclusão de que muita gente deveria pensar em terapia.
Tem gente que, assim como eu, tem um certo receio de falar da sua vida para um estranho, ou seja, alguém que estamos começando a ter contato.
Como eu faço, eu sugiro que se comuniquem, verbalizem!
Ou então, escreva para uma amiga, ou amigo, de confiança. O importante é desabafar. Quem sabe se expondo no Facebook, ou escrevendo numa agenda ou caderno. Pode ter certeza que vai ajudar!
Ler, conversar, trocar experiências, ou então, como eu chamo, “exorcizar” os fatos ajuda, e muito.
Como fala Cris Manfro, devemos nos questionar sobre nossas verdades e dúvidas.
Ser mulher, hoje em dia, não é nada fácil. Concordo que muitas vezes complicamos demais, fantasiamos demais, falamos demais, nos irritamos demais... mas tudo isso porque somos intensas!
São turbilhões de emoções, de responsabilidades, preocupações, obrigações, ocupações com o trabalho (remunerado e do lar), compras, contas, família, amigos, lazer, sexo, a faxina da casa...
Viver é ter experiências. Viver é evoluir.
Devemos aproveitar esta vida, cada dia, pois, como escreveu Gabriel Garcia Marques: “A vida não é a que a gente viveu, mas a que a gente lembra e, como lembra dela, pode contá-la.”.
* Jeanine de Moraes