PRODUTO perecível

Parecemos fortes quando estamos saudáveis, felizes, bem sucedidos, realizados de alguma forma. Mas a vida é muito frágil.
Nosso corpo pode, e irá, parar em algum momento.
Parece assustador pensar assim, que este pode ser o último momento nesta vida.
Mas, a única verdade absoluta é o fim.
De fatos somos um produto perecível.
Nossa existência tem influência direta na existência de outrem, e assim vice-versa.
Uma ação não tem apenas uma reação, mas várias.
A maioria das pessoas não gosta de falar sobre a morte, eu também não, me dá uma saudade, e ainda um espaço vazio, mas não é disso que eu quero falar aqui.
Quero dizer que, de outro lado, até a morte tem algo de bom: analisar a vida.
E essa análise se faz necessária, e deveríamos ter um momento para essa reflexão de tempos em tempos.
Você já parou para pensar que este pode ser, de fato, o último dia, ou o último mês, ou o último ano de sua vida?
Já pensou que a sua História pode estar próxima de um fim?
Calma! Não quero assustar nem deprimir ninguém.
Apenas dizer que deveríamos olhar para dentro de nós mesmos, não apenas em preocupação com a saúde do corpo, mas também com a da alma.
Se não, apenas nos velórios é que iremos “lembrar” que a vida sim é frágil, e que aquela pessoa que está lá, apenas recebendo olhares, lágrimas e orações, poderia ser nós... e um dia será!
Pena que esse sentimento “pós velório” passa rápido.
Pena que as promessas de enviar aquele e-mail, de ligar, de mandar um cartão/carta via correio, de visitar aqueles que tanto amamos, passa já na semana seguinte.
Desculpas sempre temos, e muitas.
É uma pena. É muito triste.
Se o ontem que vivemos faz parte da nossa História, ou seja, do nosso passado, como tu tens escrito o teu hoje, que em pouco tempo também será mais um capítulo do teu passado?
É preciso, é urgente dar valor aqueles que merecem.
E será que eu mereço? O que eu andei fazendo de especial na vida de alguém para que eu seja lembrada?
Se tu não te lembras... olha, está na hora de começar a se mexer, e estar presente na vida daqueles que te querem bem.
Ação gera reação. É como reflexo do espelho.
Pense e viva, pois o produto é perecível.
Somente tem data de fabricação... e a validade não cabe ao fabricante informar, e muito menos eu sei, ou tu sabes...
Só sabemos que um dia tudo acaba.
Como disse meu amigo Cristiano Castilho dos Reis “nos cabe pensar, viver, nos divertir, amar, trabalhar, comer, beber, ouvir, falar, exercitar... enfim, são alguns 'conservantes' para aumentar a data de validade do produto”.
Concordo plenamente. E tu?
(*Jeanine de Moraes)

TODO ano sempre a mesma coisa.

Quando estamos no inverno, e, claro, está frio, as pessoas reclamam “ai, que frio, não agüento mais”, ou então “ai, que saudade do verão”.
Quando estamos no verão, e claro, faz calor, as mesmas pessoas reclamam “credo, que calor, não agüento mais”, ou então “ai, que saudade do inverno”.
Se chove, lá vem aquela frase “que saco de tempo feio”, ou então “desse jeito vamos virar sapos”. E por aí vão as lamúrias sobre o tempo...
É do ser humano reclamar? Acho que já está na hora de parar de reclamar.
Vire o disco! Troque o CD! Baixe novas músicas!
Inverno é inverno, verão é verão.
Felizmente aqui no sul do Brasil vivemos ainda o outono e a primavera. Isso é um privilégio.
Tanta gente nesse nosso país que passa a vida só no calorão. E os países gélidos, credo, nem quero pensar.
Eu, particularmente, declaro que não gosto do frio. E a cada inverno tenho mais certeza de que nasci no estado errado, pois não me acostumo nunca com esse frio, nem gosto.
Sim, é muito bom comer, beber, se vestir mais elegantemente, não ficar suando, mas, poxa, na minha balança o peso de acordar cedo e sair de casa com geada, tomar banho, ou entrar e sair de ambientes condicionados no quente para o frio, e vice-versa, pesa muito.
Não gosto também das complicações do inverno, essas viroses e gripes, que afetam à saúde. E quem gosta? Só os médicos e os donos de farmácia. Ah, também as funerárias, claro.
Mas, como disse antes, tem sempre muita gente reclamando, e de barriga cheia.
Como as pessoas reclamam, e em vão.
Muita gente reclama do frio e da chuva, sendo que a maioria tem carro para se deslocar, casa e cama aquecida, chuveiro bom, banheiro dentro de casa, roupas limpas, calçados limpos e secos.
Quem convive com pessoas que enfrentam dificuldade, como minhas amigas professoras - em especial a Aline Michaelsen, que me sugeriu escrever sobre este assunto - sabem como é essa realidade.
Pensem nessas pessoas que passam a maior dificuldade nessas épocas de inverno rigoroso.
Essas sim, é que poderiam reclamar, como uma forma de pedir ajuda. Porém, essas pobres crianças estão sempre com um sorriso no rosto!
Sigo aqui a campanha: PAREM DE RECLAMAR! TEM GENTE PASSANDO MUITA DIFICULDADE E FRIO POR AÍ.
* Jeanine de Moraes

PROCURA-SE um namorado. Troco pelo meu marido.


Quando um relacionamento anda meio devagar, sem ânimo, sem energia, paixão, e tesão... chegou a hora de preocupar-se.
Tem um velho pensamento, que eu uso muito, que fala que o amor é como uma flor, ou seja, precisa ser regada, se não, morre.
Isso é a mais pura verdade.
Para um relacionamento manter-se bem não precisa de coisas muito criativas, mirabolantes, excentricidades... basta utilizar o mais simples e puro ato de demonstrar carinho.
As pessoas acabam acostumando-se com o cônjuge. Utilizam como desculpa essa louca correria da vida moderna. E o cuidado, o zelo, o carinho, uma simples declaração de “eu te amo!” acabam sendo apenas atitudes de namorados, noivos...
Por isso, eu digo: procura-se um namorado, troco pelo meu marido.
Isso não quer dizer que estou desdenhando o meu marido. Isso não.
Quero é dizer que, na maioria das vezes, quando um relacionamento anda desgastado, devido aos anos juntos, aos problemas financeiros, aos filhos, estresses variados, et cetera... o amor fica de lado.
Coitadinho.
É preciso parar e verificar o que anda acontecendo.
A importância da valorização é primordial tanto para mim, quanto para você. O ser humano precisa ser estimulado, acarinhado, e por que não, bajulado?
Eu adoro uma bajulação. Quem não gosta? Todo mundo gosta, mas isso não se pede, se ganha de graça.
O amor é de graça, mas tem seu valor.
Por isso, discutir relação é importante. Por isso que um habeas corpus às vezes se faz necessário .
Antes de você ter assumido um compromisso com o cônjuge você tinha uma vida particular, com amigos, atividades e compromissos.
Com certeza as coisas mudaram. Abdica-se de certas coisas, se ganha outras, mas aquela pessoa que você era não existe mais?
Cadê aquela pessoa por quem nos apaixonamos? 
E como nós éramos?
Antes de ter o marido, você tinha um namorado.. por sinal, cadê ele?
Não devemos deixar o tédio acabar com um relacionamento.
Todos os dias somos desafiados, testados e cabe a nós mesmos valorizarmos o modo de viver, tendo primeiro de tudo amor próprio e concomitantemente demonstrando amor ao outro, que já foi tão especial na sua vida, e hoje anda meio "apagadinho"...
Se não, só restará chorar... E chorar sob o leite derramado não adianta!
Por muito pouco uma grande história de amor pode acabar, sendo que por muito pouco - com gestos simples - pode reascender a chama da paixão.
Agora, se você já não tem mais saco para regar a planta... troque por uma de plástico! 
Mas depois não reclame!
*Jeanine de Moraes