AGRADECEMOS a preferência


Hoje em dia tudo está de tão fácil acesso. São tantas opções, tantas ofertas, tantas tentações.
Podemos ter tudo o que desejarmos, basta apenas ter limite no cartão de crédito!
Não é de hoje que folhear uma revista deixa a maioria das mulheres deprimidas.
Sim, porque só colocam mulheres lindamente “photoshapadas” em lugares fantásticos e com as roupas e acessórios mais tops que estão na moda.
A mídia coloca na nossa cabeçinha feminina (e tem também colocado na masculina) que para sermos felizes temos que ter o que está ali.
Ter aquela beleza, ou seja, aquele cabelo, pele, corpo, dentes branquíssimos.
Ter aquela roupa, aquele sapato, aquela bolsa, aquele relógio, aquele óculos.
Aliás, coloque isso tudo no plural. Ter um é pouco, tem que haver variedade.
Ok, eu acho moda o máximo, e adoraria, assim como toda a torcida feminina do Flamengo, possuir tudo o que há de bonito e que embeleze. Quem tem condições que vá mesmo rumo à felicidade das compras.
Mas o que falo aqui é de quem não deveria, nem poderia, investir tanto seu dinheiro, e que se ilude a acaba caindo nessa.
Será mesmo que é preciso TER para SER? Acabamos nos frustrando e acreditando de que sim, precisamos daquilo ali para sermos felizes.
A moda muda num piscar de olhos. O velho vira novo. O novo que saiu ontem já virou velho.
Tendências, estilos, estações, idades, eventos... é uma infinidade de opções para a alegria de alguns e preocupações de outrem.
Agora, outro assunto tão banalizado, e que anda em liquidação é o amor.
O que é isso? Onde se compra? É de comer?
As pessoas andam tão carentes e, como eu disse acima, são tantas opções, tantas ofertas, tantas tentações, que o assunto anda muito banalizado.
É tanto apelo sexual, tanta valorização do corpo, um exagero no vulgar e esquecimento à elegância. É o prazer “orgasmático” acima de tudo.
Dá-se tanta ênfase ao corpo (perfeito), que se acaba perdendo a importância pelo principal que é a saúde e a beleza simples e natural.
Não falo como uma invejosa das lindas gostosas do Pânico. Falo como uma admiradora de mulheres lindas e elegantes como a Patrícia Poeta, por exemplo.
Com certeza a idade delas as difere. Porém há muita mulher mais velha querendo usar (e usando) um vestidinho de teenagers.
Mais uma vez, nada contra. Também, nada a favor! É o livre arbítrio.
E nessa carência, ausência de discernimento, com o acréscimo de tanta propagada, tanto apelo, tanto lixo que encontramos por aí, que se acaba utilizando das ofertas evasivas também em relação aos relacionamentos.
Em tudo há muita oferta, belos comerciais, muita propaganda enganosa, e a nossa vontade de consumir.
Cada um vive do jeito que se quer e paga (ou não) suas contas.
Não sou eu que pago as suas, nem você as minhas, mas eu acredito que está na hora de repensarmos no que vale ter e principalmente o que valorizar.
Nem tudo que é bom para alguém será para mim. E vice-versa.
Pensar que 2012 é o ano que o mundo vai acabar desperta uma certa vontade doida de aproveitar, de viver a vida, de curtir o que não se curtiu até aqui.
Arriscar, inovar, mudar é muito importante, mas de nada adianta se dentro de ti há uma pessoa que gosta do jeito em que vive e é feliz assim.
Respeitar o outro é que não é fácil. E é preciso também respeitar a si mesmo.
E assim também é nossa consciência. Toda ação tem uma reação.
Em tudo o que vivemos, pode-se até pensar que não, mas sempre mudamos. De uma forma ou de outra.
Obrigada por ter lido até aqui.
Agradeço a preferência!
*Jeanine de Moraes