AUTOCONSCIÊNCIA E AUTOGESTÃO

Partindo destas palavras complexas podemos chegar perto da compreensão de ações e reações, ou seja, a inteligência emocional.
Não sou eu quem afirma isso, são os Neurocientistas. É a ciência que comprova. Tendo conhecimento dos fundamentos da base neurológica (e aplicando-os) o homem é capaz de expandir sua mente.
Isto quer dizer que, nosso cérebro racional e nosso lado emocional estão ligados diretamente. A prática do desenvolvimento de habilidades contribui para o desempenho cognitivo e emocional.
“Estas são as bases do autodomínio: consciência de nossos estados interiores e gestão desses estados. Estes domínios de habilidades são os elementos que fazem de alguém um executante individual extraordinário em qualquer área de desempenho.”
Esta citação é do Psicólogo Daniel Goleman, retirada do livro “O Cérebro e a Inteligência Emocional: Novas Perspectivas”, da editora Objetiva, 2012.
Simples e complexo. Assim como a vida é. Só que não damos a real importância a isto.
Livros, artigos, cursos, palestras, workshops... há tantos meios de aprimoramento.
Porém, goela abaixo só remédio mesmo, e olha lá.
Eu sempre me interessei pelo tema espiritualidade, relacionado ao bem estar. Na verdade eu sempre tive, e tenho, interesse pelos mais variados temas, principalmente aqueles ligados ao comportamento humano, especialmente em busca de respostas que nunca cessam em meus pensamentos e devaneios, e em busca do meu autoconhecimento.
Por uma maravilhosa indicação, a leitura do livro citado, foi muito valiosa. Este livro informa termos técnicos, porém, em uma linguagem simples e direta, apresenta algumas descobertas essenciais que acrescentam novas informações ao que entendemos como inteligência emocional, além de aplicações desse conjunto de capacidades.
Recomendo a leitura aqueles que buscam aprofundar o conhecimento sobre IE, com exemplos e dicas para aplicar de forma mais eficiente as reflexões nas ações do dia-a-dia.
Como nunca se fala em aprimoramento e melhorias, ou seja, na Gestão da Qualidade, seja no âmbito pessoal, nos livros de autoajuda, e principalmente no profissional.
Surgem cursos e treinamentos muito diversos nesta área.
Ínfimos treinamentos sobre a autodisciplina, que nada mais é que uma competência, extremamente complexa, que bem trabalhada é uma ferramenta para autoconfiança e a mudança de atitude.
Falasse muito em autodisciplina no pensamento, na gestão do tempo, aprendizado contínuo, e por aí vai...
São muitos cursos que objetivam a capacitação para que se desenvolvam os processos, servindo para planejar, mensurar, analisar ações corretivas, preventivas e de melhorias no mercado de trabalho.
Profissionalmente as pessoas buscam atualização e têm interesse na aquisição do conhecimento.
E área emocional e a saúde, como estão?
Viver bem não é, nem nunca será, ter o melhor cargo. Cifras na conta são necessárias para sobreviver.
O status não determina quem você é, e sim, como você gerencia suas atitudes.
Isso é qualidade de vida.
E assim, como afirma o ph.D. Daniel Goleman, utilizo mais uma afirmação que vale compartilhar, que “O cérebro continuamente se renova de acordo com as experiências que temos.”
Vale refletir, e principalmente agir, conforme disse James C. Hunter, que a prática vira hábito, ou seja “Pensamentos viram ações, ações viram hábitos, hábitos viram o caráter. E o caráter vira o destino.”
Uma dica muito boa, para quando você começar a ficar incomodado, é refletir na autoconsciência e autogestão, ou seja, lembre-se do semáforo:
Luz vermelha, pare! Amarelo: acalme-se... e pense antes de... Agir: verde!

*Jeanine de Moraes

CORAGEM


A palavra medo é tão pequena, porém de um significado gigante. É um sentimento que tem dois lados. Extremamente ambíguo, pois é duvidoso, enigmático, impreciso, incerto, indeterminado, por vezes problemático e dúbio.
É positivo, quando te segura e não deixa fazer coisas grotescas, como, se arriscar na ultrapassagem entre dois caminhões em cima de uma ponte a 140 quilômetros por hora. Se bem que isso é outra coisa, a pessoa que se arrisca desse jeito não é só corajosa, é burra.
E o medo é negativo quando te deixa amarrado, acovardado e inseguro.
Devemos ter coragem e encarar nossos medos. Devemos enfrentar os temidos fantasmas. Se não, será muito difícil evoluir.
Eu já fui muito tímida. Não abria a boca pra nada. Extremamente quieta e observadora. Fui uma criança que tinha medo que os colegas rissem de mim, que a professora me chamasse a atenção. Eu tinha um tremendo medo de falar, o que dirá ler na frente da classe.
Na pré-adolescência, depois de ter vivido um grande trauma – que foi a morte trágica do meu pai – eu tinha medo de ser o assunto, pois sempre que eu chegava a algum lugar, me olhavam pelo canto do olho, apontavam, cochichavam e até mesmo, indelicadamente, perguntavam-me sobre o fato.
Coisa mais triste! Além da dor da perda, eu enfrentava a dor das atitudes das pessoas, que agiam sem querer ou querendo.
Num belo dia fiz 13 anos, e no dia seguinte aqueles 12 anos de menina ficaram apenas nas lembranças. Duramente amadureci e segui enfrentando outras perdas e dramas.
Se antes eu era medrosa, a dor me ensinou a encarar o sofrimento, e, se não fosse por mim, jamais sairia do meu mundo solitário.
Na adolescência felizmente eu mudei. Ao poucos, mas mudei. Estudar noutra cidade, conhecer pessoas novas, e ser uma completa desconhecida foi importante para a lagarta sair do casulo e tornar-se uma borboleta.
A morte me ensinou a dar valor à vida. A fome me ensinou a gostar de qualquer tipo de comida. O medo me ensinou a ter coragem.
Posso afirmar que de tão solitária (e curiosa) tornei-me uma autodidata na análise da mente humana. Sempre me interessei em tentar entender o porquê de determinadas atitudes nas pessoas. Uma analista tabajara para tentar compreender os outros, porque entender a mim, isso não é muito fácil até hoje. É muito mais difícil analisar quem se é.
A solidão dói, mas ensina.
Em maio de 2012, depois de muita vontade, medo, ter adquirido coragem, e o plano de saúde cobrir, iniciei terapias com uma psicóloga profissional. Digo profissional, porque felizmente eu tenho minhas psicólogas particulares – grandes amigas, cada uma única e especial, como meus 5 dedos da minha mão direita – que estão sempre de plantão, quando, como ou onde estiverem, e que são de extremo valor, como quem estudou para esta profissão.
Porém, com a ajuda da minha terapeuta eu resgatei dores e novamente enfrentei fantasmas que, por muitos anos, eu tentei esquecer.
Compreendi que eu devo e posso enfrentar meus medos. Não adianta escondê-los ou disfarça-los. A melhor forma de evoluir é entendendo, aceitando e agindo para mudar.
Não sou exemplo de nada, mas me orgulho pelo meu empenho em ser quem sou e estar onde estou por esforço, dedicação e mérito meu. Felizmente conheci ótimas pessoas, a quem tenho grande respeito, carinho e gratidão.
Quando não se tem bons exemplos ou apoio, devemos usar os maus exemplos como modelo... do que não queremos para nós.
O passado faz parte da nossa história, porém somos os autores da nossa vida. É preciso ter coragem – ou pedir ajuda – para ser feliz, compreendendo que a tristeza, a perda, a dor e o sofrimento são para serem enfrentados, superados e para nos fortalecer.
Eu aprendi a encarar meu medo, e que quando eu ascendo a luz, o bicho-papão desaparece. De vez em quando eu durmo com a luz acessa, e continuo sonhando... acordada.
Não tenha medo. Tenha fé.
*Jeanine de Moraes

POSSO FALAR ?


Tem quem converse sozinho, mas que não assume. 
Há aqueles que somente conseguem falar, desabafar, dialogar, enfim, se comunicar, à frente de um computador.
O telefone já foi o principal auxiliar daqueles que, ao vivo, cara a cara, não conseguem se expressar. Hoje em dia temos a internet para facilitar mais ainda a comunicação.
Pessoas comunicativas, para não surtarem, precisam ter uma “válvula de escape”.
Se bem que, talvez, soltar o verbo seja um surto. Pode ser.
Também é preciso ter uma noção do que falar, para não fazer dos ouvidos (ou olhos) alheios de penico.
Sou da teoria "Jeanineana" (oi?) que o que importa mesmo é expor, colocar pra fora, exteriorizar... e, quem sabe, até “exorcizar” para sentir-se bem.
Não importa o assunto. O diálogo – um falante e um ouvinte e vice-versa – com quem se confia, claro, é muito bom. Não é bom, é ótimo.
Escrever também faz muito bem. Ter um leitor, melhor ainda. Um leitor crítico e participativo, bingo!
Creio que a comunicação seja uma forma de sobrevivência. “Quem não se comunica, se trumbica”, esse era o título de um livro de Língua Portuguesa da minha mãe. Ela nasceu em 1960, então essa expressão não é muito atual, mas dá pra entender que quem não se comunica, se complica, “morou, brasa?”.
Hoje em dia as palavras publicadas em redes sociais estão em alta. Aliás, é uma exposição exagerada, uma vitrine. A liberdade de publicação do que se quer expor, sejam palavras ou imagens.
As mídias sociais estão a todo vapor. Questiono-me como vai ser daqui a 5 ou 10 anos.
Mas, hoje em dia, ainda há aqueles que não tem tanta facilidade, habilidade, inspiração, vontade, tempo ou saco para o mundo virtual.
Claro que conversar – ao vivo e a cores - é melhor, mil vezes melhor. Mas aí é outro tema, que não vou estender aqui.
Pra mim é muito importante a comunicação, e eu gosto muito de me comunicar. Tagarela convicta, falo demais, penso demais, devaneio demais, “piro” demais. Quem sabe está no sangue? Dizem que fruta não cai longe do pé? Pode ser uma característica genética.
Bom mesmo é diálogo com um amigo, mas claro que nem sempre é possível quando queremos ou precisamos.
Por isso, sou praticante do “não guarde pra si”. Se conseguires fazer isso, sem se sentir mal, por favor, me conta!
Eu preciso “colocar pra fora”, preciso dialogar, nem que seja numa conversa comigo mesma.
Eu adoro o contato virtual, assim como sou adepta de minhas anotações à caneta em agenda, caderno, bloquinho...
Cada louco com sua mania.
Não importa a forma, o que vale é sentir-se bem, mais leve, para poder falar, refletir e dialogar com os pensamentos.
Se falar sozinha é coisa de maluca, então eu sou maluca. E daí?
Cada um com sua “válvula de escape”. O importante é não explodir. BUMMMMMM!
Se ninguém ler, ou curtir, tudo bem. Ao menos pra mim já fez bem.
Pronto, falei.
*Jeanine de Moraes

SOMOS TÃO JOVENS

Quando somos jovens de 17 anos, nossos ídolos estão no nosso dia-a-dia, participando da nossa realidade, vivendo dentro do nosso mundo.
Lemos livros, escrevemos poemas, cantamos e dançamos (loucamente) nossas músicas preferidas. E assim somos influenciados, descobrindo coisas fascinantes.
Idealizamos. Sonhamos com um mundo que nem sequer 10% sabemos como é, ou o que queremos dele.
Sonhos, projetos e ideologias por vezes ficam no passado.
Às vezes isso é bom. Tantos medos e inseguranças. Quantos acontecimentos que ficaram lá no passado? Que fiquem lá mesmo.
Hoje, com meus vívidos 35 anos, sinto-me tão jovem.
A cara não é a mesma. Não há mais aquele mesmo brilho no olhar, nem a pele é tão viçosa. Os cabelos já também não são mais os mesmos, os fios brancos tentam competir com meus fios negros, mas, enquanto eu ainda aguentar ficar estrábica em frente ao espelho, seguirei arrancando-os! Até não ter mais jeito e me render de vez à coloração, para cobrí-los. Ou quem sabe para mudar?
Só esta minha voz estridente é que não mudou em mim.
Do resto, só nas fotografias.
Se tudo em mim mudou, eu não posso afirmar.
As experiências tornaram-me menos tola, menos medrosa e muito mais confiante.
Continuo a mesma sonhadora, cheia de projetos e de energia.
Acredito na evolução da vida, acredito no amor, seja ele da forma, espécie, sexo ou crença que for.
Ontem, assistindo ao filme “Somos Tão Jovens”, de Antônio Carlos da Fontoura, que conta parte da vida e da arte de Renato Russo, as minhas lágrimas foram incontroláveis ao escutar “Geração Coca-Cola”. Foi uma nostalgia deliciosa total.
Pra quem é fã da banda Legião Urbana vale muito a pena, e pra quem não é, também. Além da musicalidade, há uma identificação no filme, que retrata a juventude, com seus anseios, medos e desafios da vida. Um filme ao mérito do grande ícone musical e poeta, o mito, e lendário Renato Russo.
O tempo não para. O tempo passa pra todos. O mundo, a vida e o cotidiano são pura poesia.
Essa simplicidade e complexidade é que fazem eu me apaixonar – sofrendo e amando intensamente, em altos e baixos como numa montanha-russa – pela vida.
Tantos jovens, de qualquer idade, têm potencial, se fizessem mesmo o dever de casa.
Pena que a energia e adrenalina, que correm nas veias na juventude, modificam-se com o passar dos anos.
Alguns chamam isso de amadurecimento. Podemos afirmar que muitos não amadurecem, seja com a idade que for.
Não falo sobre viver no passado, ou o fato de não evoluir. O que quero dizer é sobre aqueles que, com o passar dos anos, simplesmente, apodrecem!
Ser jovem ou velho é questão de atitude!
Viva para sempre, Renato Russo! Que eternizem suas canções belíssimas, que marcaram uma geração, felizmente, a minha.
*Jeanine de Moraes