APARENTEMENTE E ALÉM DAS APARÊNCIAS


Aparentemente as pessoas demonstram serenidade, educação (boa ou má), compreensão, ignorância, hiperatividade, intolerância, entre outras características.
Além das aparências cabe ao “feeling” de cada um captar o que há por trás das máscaras e o que essa aparência realmente é.
A aparência que transparecemos é uma atitude? Ou apenas uma atitude do momento?
Questiono-me sob a capacitada “cameleística”, quero dizer, a capacidade de ser como um camaleão, das pessoas. Principalmente a minha.
Hipocrisia seria uma palavra que se adequa aqui, mas não quero ser tão agressiva.
O homem, e a mulher principalmente, têm o artifício de utilizar inúmeras facetas.
Nessa selva em que vivemos isso se faz necessário, muitas vezes, por questão de sobrevivência.
As atitudes diferem de acordo com a situação, além de, é claro, a ação depende do estado em que se encontra. Isto é, sofremos influências externas e internas.
Dizem que somos influenciados desde quando estávamos na barriga da nossa mãe, pra ser mais exata, a partir do oitavo mês de gestação o feto já responde aos estímulos externos.
“Há mais coisas no céu e na terra do que sonha a filosofia”, assim já afirmava Shakespeare, e isso se aplica mais ainda nos dias de hoje.
O que não é nenhuma novidade é que ando cheia de conflitos. Conflitos interiores, felizmente.
Felizmente que são interiores, pois estes não interferem (tanto) as pessoas do meu convívio. Se bem que minhas amigas, minhas “psico-lokas” de plantão, participam (e vivem) certos momentos meus.
Mas estes conflitos existem, e ultimamente, mais do que nunca, andam martelando minha mente.
Tem vezes que penso que sou maluca. Principalmente naquelas vezes que minha mente irrequieta não para.
Preciso ocupar minha mente, e uma das formas que encontro é a leitura diversificada e a escrita.
Assim como eu, com certeza, muita gente anda cheia de turbilhões de pensamentos. O detalhe é o controle dos mesmos.
Na realidade, creio eu que sofro algum distúrbio neurológico. Sim, já fui a um conceituado especialista, que, mesmo após ressonância, comprovou que sou “normal”. Oi?
Mas meus pensamentos têm muita forma e pesam, e estes, por serem tão intensos gritam dentro de mim. Muitas vezes eles ecoam...
Sinto uma necessidade de expressar. Sinto um angustia se não deixo vir à tona esses meus pensamentos, devaneios...
É uma mistura de frustração, excitação, ideias, que não cabem apenas dentro de mim.
Como uma leiga na área da Psicologia, porém muito curiosa e interessada no assunto, eu até arrisco dizer que sofro de distúrbios bipolares, inclusive de TDAH ou DDA.
Então procure ajuda de um profissional! Sim, já fiz terapia, e me ajudou muito!
Será que apenas poucos têm coragem de se expor assim?
Será que só dentro de mim há muitas personalidades? Seria um desvio de caráter?
Sinceramente não ligo muito para certos comentários evasivos, ou de quem pouco me conhece, e pouco interferem na minha vida.
Meu universo é muito amplo. Tanto quanto incompreensível. Doido. Porém intenso e verdadeiro.
Mas passa. Muda. Por vezes calada, por horas falante. Tende a melhorar. Às vezes piora.
Adoro a arte dramática e as comédias do cotidiano. Cada uma em sua medida. Por isso também adoro escrever sobre esse tema.
Escrever é uma exposição, com certeza, e esta é a minha intenção.
Tem vezes que sinto vontade de GRITAR!
E escrevendo, algumas vezes, essa angústia passa.
Ando refletindo muito ultimamente sobre a minha existência.
Perdi as esperanças, perdi as expectativas. Eu, que sempre fui tão alegre, eufórica, animada, esperançosa, tão pra cima...
Sabe “tanto faz”? Estou assim. Justo eu, que sempre fui a pessoa que sempre tinha 2, 3 e até 4 opções para qualquer coisa que fosse...
Perdi até o ânimo. Cansada. Assim estou. É da idade? Claro que não!
Sou uma pessoa que necessita viver com emoção. Emoção intensa e também a mais simples possível.
Não almejo grandes sonhos.
Aprendi muitas lições com a vida. Sempre parti da minha realidade. E sempre fui atrás do que queria, sempre com boas intenções e pretensões possíveis.
Vivo tão cheia de emoções que de tão intensa que sou, sinto necessidade de compartilhar, de dividir, pois não suporto apenas dentro de mim.
De alguma forma, creio que tudo faz sentido, é uma sintonia muito grande que une as pessoas, e esse contato não pode ser em vão.
O que nos une é o que nos faz bem.
Concluo com um pensamento de Chico Xavier: “Ninguém cruza o nosso caminho por acaso, e nós não entramos na vida de alguém sem nenhuma razão.”
*Jeanine de Moraes