PORTA-RETRATOS

Eu adorava saber
daquele momento que estava registrado, e adorava mais ainda imaginar como era
ter vivido ali, naquela época e naquela cena.
Ver imagens de
revistas também sempre foi algo que me agradava. Hoje mais ainda, como toda
mulher, um pouco de futilidade faz bem, é necessário.
Eu disse um pouco,
para não nos tornarmos estátuas, e não nos afundarmos no poço da inutilidade. É
preciso ter bom senso, ou tomar “sefragol” – como dizia a minha mãe - com a
super exibição nas mídias , e a tão atual ostentação.
Meu interesse inicial
por livros também foi relacionado às imagens. Desde pequena sempre gostei
muitos das revistinhas em quadrinhos.
Atualmente dispenso a
imagem num livro, mas quando criança as imagens são indispensáveis, e livro
tinha que ter figura.
A imagem vale para a
imaginação, assim como escutar uma boa canção.
Pena que hoje as
pessoas seguem muito ao “pé da letra” que “uma imagem vale mais que mil
palavras”.
Ok, legal. A
publicidade e a propaganda trabalham duro (uns nem tanto) para criar um
significado vendável da imagem para os consumidores.
Mas o que me
entristece é essa exacerbação e idolatria com a imagem. Reitero: com a imagem
perfeita, que está ligada à preocupação - de grande parte das pessoas – de ter
a roupa, calçado, bolsa e acessórios da moda.
Para sermos felizes o
cabelo, a pele e o corpo devem ser iguais ao da Gisele Bündchen?
É aqui que me refiro
a imagem, ao exagero dela.
É importante a
preocupação com a beleza, com o corpo, com a imagem, mas de modo saudável.
E assim, como cuidar
do exterior devemos valorizar o interior.
Devemos ver além da
figura.
Vamos malhar e
cultuar não apenas o corpo, e sim o cérebro e o coração.
Não basta apenas
olhar. Enxergue além do que os olhos podem ver.
Não fique apenas com
a capa ou as figuras do livro. Leia.
A beleza da imagem do
porta-retrato é o que se viveu e estava naquele instante em que foi fotografado,
porém o que vale mesmo foi o que ficou registrado na memória.
Na era dos selfies
registramos muitas imagens, porém somente as especiais vão para o
porta-retratos.
Assim como o
interesse pela fotografia, a leitura e a escrita me acompanharam e seguem até
hoje. Eu adoro fotografar e registrar momentos, porém quando a minha mãe ficou
cega, eu fiz uma nova reflexão sobre a perda da visão com os inúmeros álbuns
que eu adquiri durante anos – sem contar as imagens digitais em computadores,
tablet e celulares.
Eu não deixei de
fotografar, e nem penso.
Apenas reforçou-se a
minha paixão em registrar em palavras o que eu vejo da vida.
E assim surgiu o meu blog
PORTA-RETRATOS, onde eu fotografo em palavras o que me importa e o que eu creio
ser importante publicar. A partir da vontade de expor meus devaneios,
pensamentos úteis e inúteis, eu compartilho este espaço.
*Jeanine de Moraes
VISÃO
“Quando era pequena via a vida passar pela janela.
Sonhava com o que
assistia na tevê.
Se divertia observando as pessoas na rua.
Um breve percurso de
ônibus tonava-se uma viagem.
A leitura sempre
fora seu refúgio.
A escrita era sua
comunicação, porém apenas consigo mesma.
Por mais que os anos
passem, e que boa parte dos seus medos
Bravamente tenham sido superados,
Bravamente tenham sido superados,
Há momentos que enxerga, no reflexo do espelho, aquela menina...
... que todos olham,
mas ninguém vê.”
*Jeanine de Moraes
QUANTO CUSTA?
Qual o preço que
você pagaria para viver um grande amor?
O valor das coisas
está na importância que damos à elas.
Muitas coisas são de
valores imensuráveis. Outras não tem preço – já dizia aquele comercial
do Master Card – como o sorriso, aquele
alívio da dor que passa, o abraço, o sono, saciar a fome e a sede, sentir
prazer.
Custa muito gastar o
tempo no dia-a-dia, pagando contas, enfrentando dramas.
Custa caro manter um
relacionamento, uma família, porém custa quase nada quando fazemos por amor.
O dinheiro compra
muitas coisas, mas as melhores coisas são, praticamente, de graça.
Amor. Carinho. Colo.
Atenção. Companheirismo.
É dando que se
recebe, e o melhor de tudo é a reciprocidade.
“Cuidado para não
comprar gato por lebre”, como aquele ditado popular.
Palavras bonitas
conquistam, até iludem, mas o que realmente tem valor são as atitudes.
E assim, como perder
dinheiro, cuidado para não perder oportunidades.
Existem coisas
irreparáveis, que após quebrados até pode-se remendar, mas jamais serão, como
antes.
Quando a confiança é
quebrada, toda a credibilidade é colocada em dúvida.
E custa muito caro
resgatar, quem sabe (para os fortes) é possível consertar, porém nunca mais
será como antes.
Só se vive uma vez. Quantas
chances nós temos? É preciso estar atento aos caminhos, opções e decisões.
Nem todos conseguem
perceber a simplicidade da vida: evoluímos ou estagnamos.
Os anos não são
apenas para marcar épocas. Os dias são únicos e não voltam mais.
As escolhas são suas
e, principalmente, as consequências.
As pessoas que
participam da nossa vida são grandes exemplos. São as experiências e
principalmente as observações de todas estas ligações.
A vida é feita de
encontros e desencontros. Pessoas vão e vem, mas de fato, usando aqui uma frase clichê: “quem faz a diferença”?
Desejamos preencher
alguns valores, atender algumas das expectativas com a participação de alguém.
Porém, tudo só mudará se nós mesmos mudarmos. A mudança é única e pessoal.
Não são as coisas,
nem sequer as pessoas, que nos fazem felizes, são as experiências com elas.
Caminhos, decisões e
ações. É preciso ter sensatez, bem como um pouco de insensatez. E, além de
tudo: coragem.
E como dizia o
filósofo Immanuel Kant “Não somos ricos por causa das coisas que possuímos, mas
pelo que podemos fazer sem possuí-las”.
Avalie-se, e
valorize-se.
*Jeanine de Moraes
REFERÊNCIAS
Precisamos de base.
Toda construção precisa de bons pilares. Se não forem resistentes podem acarretar
problemas na obra.
Assim é com o ser
humano.
Se ele vem do
macaco, macaco vê, macaco imita. Se ele vem da criação de Deus, há uma longa história
por trás do que somos hoje.
O homem precisa de
referências, assim como precisa de água e alimento.
As experiências,
boas ou ruins, são estas que, positiva ou negativamente, influenciam nas
atitudes e percepção do que é a vida.
Porém, e aqueles que
não as têm?
E aquele que, por
infortúnio dos fatos, foi tirado tudo o que tinha?
A dor ensina a
gemer. Concordo plenamente com este pensamento popular.
É o instinto que faz
o bebê com fome sugar o seio da mãe, para alimentar-se.
Da mesma forma, a
dor é quem ensina o homem a pedir ou procurar ajuda.
Quando não se tem
referências boas, aprende-se com os maus exemplos.
Não que se deva seguir
o que se vê. Também aprende-se a criar forças, lutar e seguir por outro
caminho.
Com as experiências
vamos aprendendo a arte da sobrevivência.
E mesmo sem uma
base, pode-se ser autodidata, ou ainda ter a sorte de encontrar apoio.
Ninguém está
confinado a sofrer.
Sendo assim, apesar
da tristeza, poderá surgir uma força do fundo da alma.
Em algum momento,
seja em forma de fé, esperança ou crença, é possível mudar!
É possível ter e ser
o que quiser. É preciso acreditar, persistir e fazer acontecer.
Os sonhos são para
sonhar e a vida é aqui e agora para realizar.
Quando você tiver
uma oportunidade, faça dela a melhor coisa do mundo.
Como dizia o grande
sábio Mahatma Gandhi “Se quisermos progredir, não podemos repetir a história,
mas fazer uma história nova”.
Sua casa é seu lar,
e lá dentro só mora, e entra, quem você deixar.
*Jeanine de Moraes
EXPECTATIVAS X REALIDADE
Cada
ser humano é único. Cada um tem sua particularidade, características que os
definem tanto fisicamente, quanto intelectualmente.
Entretanto,
quando se conhece um pouco mais uma pessoa – tão única e exclusiva -
percebe-se que somos todos iguais. Somos mesmo? Pura balela?
Se
nem mesmo os gêmeos univitelinos são iguais, se são parecidos fisicamente, o
jeito de ser, de agir e de pensar é diferente, com certeza.
Se fôssemos todos iguais, pra que procurar tanto? Ou então, sendo assim seria,
simples encontrar a sua metade da laranja, a tampa da panela, o chinelo do pé
torto, o par perfeito e a tão sonhada alma gêmea.
O
que existe são as expectativas que criamos, baseada na nossa vivência, nas
experiências e discernimento (ou falta dele) sobre determinado assunto.
E
quando se trata em relacionamentos, quando o assunto é o amor, aí sim agregamos
– involuntariamente – expectativas por demais.
Amor
feliz para sempre – e todo aquele blábláblá de viver num lindo castelo, cheio
de cômodos, um jardim maravilhoso com vista para a montanha e casar com um
príncipe lindo de morrer, rico e ainda encantado – é pura sacanagem que nos
contam nos livros infantis.
Um
dia a gente cresce e descobre que, assim como o Papai Noel, o “viveram felizes
para sempre” é pura fantasia. E como é chato perceber que tudo que acreditamos
é uma “verdadeira mentira”.
Sonhar
e fantasiar é preciso. Mas sempre devemos estar atentos aos fatos e abrir os
olhos ao imaginário.
Somos
incompletos por natureza, e buscamos nos completar junto de alguém.
Você
pode dizer que não, que é feliz sozinho, mas lá no fundinho todos queremos
alguém legal, que dialogue, curta nossas músicas, livros e filmes, seja parceiro
para realizar certas fantasias e que seja uma boa companhia.
Ok,
existem os amigos e os familiares. Mas, a gente sabe, o amor é o sangue que
corre nas veias...
Viu?
Culpa de leitura, de filmes, e de quê? De expectativas?
Claro
que não! O amor é supremo. Podemos ser felizes sem um par.
Pra
que ter o porco só por causa da linguiça, a vaca pelo leite, ou um cônjuge só
para manter a casa organizada?
Hoje
em dia se compra prazer de forma tão rápida, e fácil, quanto conseguir uma
faxineira.
Já
se faz essa faz uma boa faxina, ou a linguiça é boa é outra questão... Ah, e
cuidado também com o leite adulterado!
O
que é o destino? “O destino é uma desculpa tola para o fracasso”, assim afirma
Ambrose Bierce.
O
que importa é ser feliz, seja ao lado de quem for.
Ou
fique só. Sozinho, e somente feliz.
*Jeanine
de Moraes
O RUMO QUE SEGUE A VIDA
Será
que somos, mesmo, donos da nossa própria vida?
Os
fatos acontecem porque “era pra acontecer”, eis o tal destino, ou foram as
ações tomadas de acordo com as circunstâncias?
Quantas
vezes as oportunidades aparecem, até batem a nossa porta, mas estamos dormindo,
tomando banho, ou preocupados com outras coisas, que não percebemos que a vida
está dando sinal?
O
corpo também fala. São as dores, desconfortos, insônia ou vontade só de dormir.
Falta
de interpretação, falta de tempo, falta de coragem...
E
isso tudo é que faz muita falta quando os dias, meses e anos passam, e o que
resta é a lembrança.
Pensar
no que poderia ter acontecido é morrer aos poucos. É colocar o presente em coma
induzido.
Recordar
certos momentos podem ser benéficos, desde que se esteja consciente de que
foram fatos que fizeram parte da história e é uma parte do passado, mesmo tendo
intensidade no que se é hoje.
Recordar
(bons acontecimentos) é viver.
Chorar
sob o leite derramado é sofrer outra vez.
Como
dizia aquela canção de John Lennon: “A vida é aquilo que acontece enquanto você
está ocupado fazendo outros planos.”
Um
dia tudo passará, inclusive as oportunidades, os sonhos... e a vida acaba.
Para
algo não ser em vão é preciso fazer sentido. E por mais simples que seja, seja intenso e faça valer a pena.
Ser
protagonista, coadjuvante ou viver em modo automático?
Somente
você sabe essa resposta, e também sabe qual o significado da sua vida.
E
se... e se... Era pra ser? Não podemos viver assim. Nem colocar a culpa no
outro.
Seja
com quem for, mesmo que sofrendo, aprendemos a nos conhecer. Seja na alegria ou
na dor, todas as pessoas que estão em nossa vida são oportunidades. Cabe entendê-las.
Chega
de lamúrias, coitadices, queixumes e vitimização.
Nada
é em vão. São as experiências, boas ou ruins, que nos tornam melhores ou
piores.
Quem
decide o rumo que segue sua vida é apenas você.
*Jeanine de
Moraes
APARENTEMENTE E ALÉM DAS APARÊNCIAS
Aparentemente as pessoas demonstram
serenidade, educação (boa ou má), compreensão, ignorância, hiperatividade,
intolerância, entre outras características.
Além das aparências cabe ao “feeling” de cada um captar o que há por
trás das máscaras e o que essa aparência realmente é.
A aparência que transparecemos é uma
atitude? Ou apenas uma atitude do momento?
Questiono-me sob a capacitada “cameleística”, quero dizer, a capacidade
de ser como um camaleão, das pessoas. Principalmente a minha.
Hipocrisia seria uma palavra que se adequa aqui, mas não quero ser tão agressiva.
O homem, e a mulher principalmente,
têm o artifício de utilizar inúmeras facetas.
Nessa selva em que vivemos isso se
faz necessário, muitas vezes, por questão de sobrevivência.
As atitudes diferem de acordo com a
situação, além de, é claro, a ação depende do estado em que se encontra. Isto
é, sofremos influências externas e internas.
Dizem que somos influenciados desde
quando estávamos na barriga da nossa mãe, pra ser mais exata, a partir do
oitavo mês de gestação o feto já responde aos estímulos externos.
“Há mais coisas no céu e na terra do
que sonha a filosofia”, assim já afirmava Shakespeare, e isso se aplica mais
ainda nos dias de hoje.
O que não é nenhuma novidade é que ando
cheia de conflitos. Conflitos interiores, felizmente.
Felizmente que são interiores, pois
estes não interferem (tanto) as pessoas do meu convívio. Se bem que minhas
amigas, minhas “psico-lokas” de
plantão, participam (e vivem) certos momentos meus.
Mas estes conflitos existem, e
ultimamente, mais do que nunca, andam martelando minha mente.
Tem vezes que penso que sou maluca.
Principalmente naquelas vezes que minha mente irrequieta não para.
Preciso ocupar minha mente, e uma
das formas que encontro é a leitura diversificada e a escrita.
Assim como eu, com certeza, muita
gente anda cheia de turbilhões de pensamentos. O detalhe é o controle dos
mesmos.
Na realidade, creio eu que sofro
algum distúrbio neurológico. Sim, já fui a um conceituado especialista, que,
mesmo após ressonância, comprovou que sou “normal”. Oi?
Mas meus pensamentos têm muita forma
e pesam, e estes, por serem tão intensos gritam dentro de mim. Muitas vezes
eles ecoam...
Sinto uma necessidade de expressar.
Sinto um angustia se não deixo vir à tona esses meus pensamentos, devaneios...
É uma mistura de frustração, excitação,
ideias, que não cabem apenas dentro de mim.
Como uma leiga na área da Psicologia,
porém muito curiosa e interessada no assunto, eu até arrisco dizer que sofro de
distúrbios bipolares, inclusive de TDAH ou DDA.
Então procure ajuda de um
profissional! Sim, já fiz terapia, e me ajudou muito!
Será que apenas poucos têm coragem
de se expor assim?
Será que só dentro de mim há muitas
personalidades? Seria um desvio de caráter?
Sinceramente não ligo muito para
certos comentários evasivos, ou de quem pouco me conhece, e pouco interferem na
minha vida.
Meu universo é muito amplo. Tanto
quanto incompreensível. Doido. Porém intenso e verdadeiro.
Mas passa. Muda. Por vezes calada,
por horas falante. Tende a melhorar. Às vezes piora.
Adoro a arte dramática e as comédias
do cotidiano. Cada uma em sua medida. Por isso também adoro escrever sobre esse
tema.
Escrever é uma exposição, com
certeza, e esta é a minha intenção.
Tem vezes que sinto vontade de
GRITAR!
E escrevendo, algumas vezes, essa
angústia passa.
Ando refletindo muito ultimamente
sobre a minha existência.
Perdi as esperanças, perdi as expectativas.
Eu, que sempre fui tão alegre, eufórica, animada, esperançosa, tão pra cima...
Sabe “tanto faz”? Estou assim. Justo
eu, que sempre fui a pessoa que sempre tinha 2, 3 e até 4 opções para qualquer
coisa que fosse...
Perdi até o ânimo. Cansada. Assim
estou. É da idade? Claro que não!
Sou uma pessoa que necessita viver com
emoção. Emoção intensa e também a mais simples possível.
Não almejo grandes sonhos.
Aprendi muitas lições com a vida. Sempre
parti da minha realidade. E sempre fui atrás do que queria, sempre com boas
intenções e pretensões possíveis.
Vivo tão cheia de emoções que de tão
intensa que sou, sinto necessidade de compartilhar, de dividir, pois não
suporto apenas dentro de mim.
De alguma forma, creio que tudo faz
sentido, é uma sintonia muito grande que une as pessoas, e esse contato não
pode ser em vão.
O que nos une é o que nos faz bem.
Concluo com um pensamento de Chico
Xavier: “Ninguém cruza o nosso caminho por acaso, e nós não entramos na vida de
alguém sem nenhuma razão.”
*Jeanine
de Moraes
[ da série: 'Devaneios Poéticos' ]
SECRET ANGEL
Os anjos são misteriosos,
Que doce mistério.
Na escuridão da noite
Se transformam,
Se revelam de uma linda forma mágica.
Tanta força no olhar,
Tanto charme no seu ser...
Quisera eu te conhecer,
Quisera eu saber te decifrar,
Conhecer teu íntimo...
Quem sabe um dia
Eu te encontre à toa,
E inconscientemente eu vou
Te envolver...
E serás apenas meu,
Somente eu e você...
No silêncio da escuridão.
*Jeanine de Moraes
[ da série: 'Devaneios Poéticos' ]
O
LOUCO UNIVERSO INTERIOR
Como pode o homem,
Tão racional, tão sentimental,
Tão feroz, tão digno de bondade,
Não compreender-se?
Tantas dúvidas...
Por que pensar, e pensar,
Tentando achar,
Tentando acreditar numa lógica,
Numa aceitável razão?
Não importa o que é visto,
Tantas belezas físicas, e
Na mesma sincronia o vazio!
É difícil aceitar a realidade?
O difícil é compreender o porquê.
Existe o incompreensível!
Não há uma completa compreensão,
Não há porque preocupar-se...
Mas, por que pensar?
Talvez seja uma loucura,
Compreender a vida...
E perderá o sentido,
A lógica ou a razão...
Deixe a alma da compreensão livre,
Pois certas coisas são exatas,
E outras tão distantes...
(*Jeanine
de Moraes)
A PAIXÃO PASSA. O AMOR LAVA E COZINHA.
O título é um pensamento da Tati
Bernardi, escritora, redatora, roteirista de cinema e
televisão, que eu tenho acompanhado ultimamente. Adoro o que ela escreve
e me divirto, tanto quanto me identifico.
Os opostos se atraem?
Na verdade podem ser diferentes, gostarem (ou não) das mesmas coisas. O que
vale é a afinidade.
Se nem pessoas do
mesmo sexo são iguais, não perca seu tempo pensando nas diferenças entre homens
e mulheres.
Entender as
razões destas diferenças, e aprender a lida-las, é a fórmula para um
relacionamento feliz, satisfatório e, quem sabe, duradouro.
Não é questão de
gênero, é preciso ter mais que amor para um relacionamento enfrentar os desafios
do dia-a-dia.
É preciso sintonia,
conexão e, acima de tudo, respeito.
O amor é
convivência mais experiência, resultando no amadurecimento.
Gostar é quando
uma pessoa conhece o teu lado melhor e gosta de ti. Amar é quando a pessoa
conhece o teu lado pior, e mesmo assim quer ficar contigo. Essa é a diferença
entre gostar e amar.
Antes de qualquer
relacionamento, antes de tornar-se um casal, o ser humano é uma pessoa. Todos
somos únicos. Por isso não se deve deixar de lado as particularidades.
Um tempo – para
si – se faz necessário e é muito saudável.
Desculpem-me os apaixonados, os
recém-casados, mas é preciso aceitar os fatos: casamento e prisão são muito
parecidos.
Se você decide ter um relacionamento com
alguém, é impreterivelmente importante saber que muita coisa vai mudar. Seu
amorzinho poderá se transformar num mala, sem alça e sem rodinhas. Aquela linda
e delicada garota por quem você se apaixonou poderá se transformar numa bruxa.
Infelizmente não se vive de amor. É no
dia-a-dia, pagando as contas, dividindo as tarefas da casa, que se constrói um
relacionamento.
Quando se decide ser um cônjuge, é com o
outro, mesmo que sofrendo, que aprendemos a nos conhecer. Seja na alegria ou na
dor, na saúde ou na doença.
Relacionamentos são isso: relacionar-se.
E se relacionar é viver. Ninguém sabe viver, a não ser vivendo.
Dois dias, dois meses, dois anos ou duas
décadas podem ser irrelevantes ou marcar uma história.
Coincidência ou destino? O que vale é a
sua percepção. Ou seja, o teu discernimento e a tua loucura.
“Há sempre alguma loucura no amor, mas há
sempre um pouco de razão na loucura”, já dizia Nietzsche.
A única certeza é de que após o verão,
virá o outono.
As crenças formam o ideal e os desejos,
porém são as vivências que nos ensinam.
Eu te amo. Eu me amo. Eu nos amo. Ou
seja, eu amo o nosso amor. Eu amo amar você. Eu amo amar o amor e o bem que
este amor faz a mim.
Egoísmo? Não. Primeiro devemos nos amar,
e assim estaremos preparados para amar, para dar amor, e para recebe-lo.
Relacionamentos são necessários. As vivências
fazem parte da evolução.
O amor e a dor inspiram e piram.
Concordo com Fernando
Pessoa quando define, tão bem, que “O amor romântico é como um traje, que, como
não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que
formamos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o
vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é
quando a desilusão, aceite desde o princípio, decide variar de ideal
constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com
que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.”
Veja o especial das pessoas. Cada um é de
um jeito único.
Se você está em
duvida sobre o seu relacionamento, ou até mesmo de alguma amizade, fique um
tempo sozinho.
Se a ausência for
pertinente, eis que se percebe a sua importância.
Brigas,
desentendimentos e estresses fazem parte do pacote. Estava nas letrinhas miúdas
do contrato que, com certeza, você não leu, porque estava embriagado de amor...
Um brinde à vida!
*Jeanine de Moraes
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