A
dura realidade e a falta de perspectivas é que definem o ser ou não ser?
As
oportunidades, ou a falta delas, é que dão direção ao rumo da vida.
Ruas
sem saídas, encruzilhadas, andar na contramão, ultrapassar os limites de velocidade.
Devemos
é ultrapassar preconceitos.
Atravessamos
vias perigosas, longas estradas, por vezes emocionantes, outras entediantes,
subidas e declives – alguns nos dão frio na barriga, outras vezes vivenciamos
acidentes.
Não
é fácil seguir no caminho certo. Na vida não basta apenas ter mapa, boca (quem
tem boca – e dinheiro - vai à Roma?) ou
GPS.
Na
estrada da vida caminhos se cruzam.
Assisti
ao filme “Faroeste Caboclo”, dirigido por René Sampaio, que poderia ter sido
retratado nos dias de hoje, pois mostra questões sociais e políticas ainda tão
atuais do nosso país, e que conta, em Brasília dos anos 80, a história tão
conhecida de João de Santo Cristo e Maria Lúcia.
Além
de uma história estilo “Romeu e Julieta”, fiquei pensando nos caminhos
surpreendentes da vida, quando eu saí do cinema.
O
filme faz, principalmente, pensar na dura vida do menino pobre, negro e
analfabeto que queria ser bandido, ainda
mais quando com tiro de soldado o pai morreu, e que enfrentou dificuldades, muitas delas por sua classe
ou sua cor.
Quem
é fã da Legião Urbana - e mesmo quem não é, aposto que já ouviu, pelo menos, uma
vez na vida - e prestou atenção nessa canção.
E
assim é o filme. Como a vida de muitas pessoas, que enfrenta dramas, dores,
preconceitos, oportunidades (boas ou ruins), alegrias e amores.
Há
alegria, e há sofrimento.
Há
violência, e há amor.
Há
riqueza, e há miséria.
Há
estudantes universitários, e há analfabetos.
Há
o branco e o preto, que se tornam um só, em cenas muito excitantes.
Caminhos
paralelos, transversais ou opostos que se cruzam. Isso é a vida.
Somos
nós que guiamos e direcionamos o caminho.
O fim não é
quando a estrada acaba.
*Jeanine de
Moraes