Cada
ser humano é único. Cada um tem sua particularidade, características que os
definem tanto fisicamente, quanto intelectualmente.
Entretanto,
quando se conhece um pouco mais uma pessoa – tão única e exclusiva -
percebe-se que somos todos iguais. Somos mesmo? Pura balela?
Se
nem mesmo os gêmeos univitelinos são iguais, se são parecidos fisicamente, o
jeito de ser, de agir e de pensar é diferente, com certeza.
Se fôssemos todos iguais, pra que procurar tanto? Ou então, sendo assim seria,
simples encontrar a sua metade da laranja, a tampa da panela, o chinelo do pé
torto, o par perfeito e a tão sonhada alma gêmea.
O
que existe são as expectativas que criamos, baseada na nossa vivência, nas
experiências e discernimento (ou falta dele) sobre determinado assunto.
E
quando se trata em relacionamentos, quando o assunto é o amor, aí sim agregamos
– involuntariamente – expectativas por demais.
Amor
feliz para sempre – e todo aquele blábláblá de viver num lindo castelo, cheio
de cômodos, um jardim maravilhoso com vista para a montanha e casar com um
príncipe lindo de morrer, rico e ainda encantado – é pura sacanagem que nos
contam nos livros infantis.
Um
dia a gente cresce e descobre que, assim como o Papai Noel, o “viveram felizes
para sempre” é pura fantasia. E como é chato perceber que tudo que acreditamos
é uma “verdadeira mentira”.
Sonhar
e fantasiar é preciso. Mas sempre devemos estar atentos aos fatos e abrir os
olhos ao imaginário.
Somos
incompletos por natureza, e buscamos nos completar junto de alguém.
Você
pode dizer que não, que é feliz sozinho, mas lá no fundinho todos queremos
alguém legal, que dialogue, curta nossas músicas, livros e filmes, seja parceiro
para realizar certas fantasias e que seja uma boa companhia.
Ok,
existem os amigos e os familiares. Mas, a gente sabe, o amor é o sangue que
corre nas veias...
Viu?
Culpa de leitura, de filmes, e de quê? De expectativas?
Claro
que não! O amor é supremo. Podemos ser felizes sem um par.
Pra
que ter o porco só por causa da linguiça, a vaca pelo leite, ou um cônjuge só
para manter a casa organizada?
Hoje
em dia se compra prazer de forma tão rápida, e fácil, quanto conseguir uma
faxineira.
Já
se faz essa faz uma boa faxina, ou a linguiça é boa é outra questão... Ah, e
cuidado também com o leite adulterado!
O
que é o destino? “O destino é uma desculpa tola para o fracasso”, assim afirma
Ambrose Bierce.
O
que importa é ser feliz, seja ao lado de quem for.
Ou
fique só. Sozinho, e somente feliz.
*Jeanine
de Moraes
Um comentário:
Compramos prazer tão facilmente, pelo medo de ter que arcar com os ônus de um relacionamento, e isso levou a nos tornarmos uma sociedade blasé. Queremos apenas vivenciar a parte positiva do envolvimento amoroso, e quando os "espinhos aparecem no meio do caminho", reagimos por um viés infantil.
Será que, no dizer de Charles Bukowski, "o amor é um cão dos diabos"? Ou somos nós que o transmutamos para essa condição, ao imputar às nossas "caras metades" uma série de expectativas as quais é humanamente impossível preencher? E não temos feito isso apenas com as esposas e maridos, o fazemos também com nossa prole, nossas filhas e filhos.
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