Abrir o
baú das recordações, dar uma volta no túnel do tempo, deixar perder-se na “Caverna
do Dragão” pode ser muito valioso.
As séries
antigas, tanto quanto os filmes da “Sessão da Tarde”, têm seu valor.
Me
desculpe se você não concorda, mas quem diz que não, é porque tem algo mal
resolvido – e não quer tocar na ferida - ou está mal de memória.
No mínimo
é divertido rever essas relíquias. Eu sou da geração que nos anos 90 amava
“Barrados no Baile”, e que sonhava em ter filhos gêmeos, a Brenda e o Brandon,
e que assistiu umas cinco vezes “Curtindo a vida adoidado”, “De volta para o
futuro”, e o recorde de repetições no SBT, o filme “De volta à lagoa azul”.
Devemos
nos atualizar, acompanhar o hoje e o agora, mas, sem olhar pra trás é mais difícil
andar pra frente.
Tanto
quanto ter novas experiências, é importante relembrar, recordar, rever, pois
reviver é viver. O passado faz parte de nós, ou seja, é a nossa essência.
E para
isso, temos a nosso favor a internet, quando desejamos “resgatar” alguém que
perdemos contato. Sabendo o nome e sobrenome de alguém, podemos (ou não)
reencontrar as pessoas.
Pesquisas
comprovam que as redes sociais tendenciam as pessoas à depressão. E eu
concordo.
É legal
postar coisas que gostamos, mostrar fotos de lugares e com pessoas que amamos,
ver dos outros, postar uma música, um poema, um pensamento, compartilhar uma
notícia...
Porém,
essa ferramenta da comunicação é cruel. Sim, cruel quando você vê que Fulano e
Beltrano se encontraram e o pobre do Sicrano não foi convidado. Por quê? Eles
não eram tão amigos? Brigaram?
É isso aí.
Redes sociais são vitrines. Posta-se o que o “dono e proprietário” quer, de
acordo com a sua intenção. Além do que, cada um interpreta do seu jeito.
Eu vejo
como um facilitador para encontrar pessoas. Quase todo mundo está no Facebook,
inclusive aquela sua tia que adora fazer certos comentários que te deixam muito
sem graça e com uma louca vontade de desfazer a amizade.
Redes
sociais são válidas para reencontrar colegas e amigos que se mudaram e perdemos
contato, saber o que faz ou por onde anda alguém que já fez parte do nosso
cotidiano, alguém que se esteja interessado. Ou seja, fuxicar a vida alheia sem
que o outro saiba.
Quem
mandou ele publicar?
Nostalgia
e saudade são palavras fortes, entretanto, que nos fortalecem. Quer dizer que
algo (ou alguém) que já passou mereceu essa recordação.
Às vezes o
dito-cujo não merece, mas se fez você relembrar, é porque talvez algo esteja
ainda mal resolvido. Isso também pode ser carência, mas daí já é assunto para
outro artigo.
Sendo
assim, parafraseando Oswaldo Montenegro, na canção “A Lista”, deste mundaréu de
“amigos” que tu tens, “faça uma lista de grandes amigos”. Agora,
destes quantos são de fato teus amigos de verdade?
Eu
pergunto: quantos atualmente visitam a tua casa. E tu, tens conversado – ao
vivo, e não virtualmente – com aqueles que você diz serem importantes e
especiais?
Cadê seus
amigos? A festa acabou e todos se foram?
Cadê “quem
você mais via há dez anos atrás /quantos você ainda vê todo dia /quantos você
já não encontra mais...”?
Desculpas
é o que mais temos: a correria do dia-a-dia, compromissos, preguiça, uma certa
mágoa...
A maioria
das pessoas muda. Tanto por fora, como por dentro. Isso se chama evolução. Uns
amadurecem, outros parecem que apodrecem. Mas e a essência, ela fica?
Daqueles
amigos, ”quantos você conseguiu preservar... quantos amigos você jogou
fora?”
O que é
importante sempre está perto, dentro de nós, e sempre podemos resgatar.
Sessão
nostalgia é válida se temos a intenção de melhorarmos, de resgatar, de
costurar, de tentar curar uma ferida que não sara.
Se não.
Melhor não “aceitar” o convite. De que vale adicionar em sua vida?
Para finalizar,
usando ainda parte da canção do Oswaldo, faça uma lista de “quantas pessoas
que você amava / hoje acredita que amam você?
Considere-se
um privilegiado se conseguir somar todos os dedos de uma mão.
*Jeanine
de Moraes
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