CONFLITO


Conflito já é uma palavra que tem algo a mais, um plus: CON+FLITO!
Com isso, com aquilo e com mais trocentas coisas é que vive pensando, refletindo, devaneando, mirabolando a mente humana, especificamente a mente feminina.
A cada dia, vivenciando os fatos cotidianos, eu chego ao mesmo pensamento: na próxima encarnação, se assim eu puder escolher, quero ser homem!
Quero sim! Eu confesso, gente! E não é porque o homem não ovula, menstrua, ou não tem cólica, pois nos dias de hoje, só menstrua quem quer.
Digo, e reafirmo, que eu adoraria ser homem...
Em princípio, tu já viu homem com crise de sentimentalismo? Okay, assim como certamente tu, eu também já conheci e conheço alguns casos raros (quase em extinção) do sexo masculino que são sensíveis, sentimentais... e que não são gays! Sim, eles existem.
Mas a grande maioria não está nem aí e nem esquenta cabeça com um décimo das neuras que nós, mulheres, enfrentamos.
Minha grande amiga Cris Martins, em seu blog escreveu, no texto “Momento Queratina” sobre nós, mulheres, vivermos em nossos mundos, e que “.. convivendo com outras mulheres acabamos nos convencendo de que somos normais, cheias de esquisitices e anomalias visíveis somente ao olho do clínico bicho-homem..” . Questionadora como só ela, ainda deixa algumas perguntas, que repito aqui “..ficaremos nós mulheres eternamente mal entendidas? Mal interpretadas? Sendo vistas pelos homens como seres extra-terrestres que jamais darão possibilidade de auto-conhecimento? ..”
Bom, pois é. E eu pergunto, pra que a gente se descabela e escabela preocupada com tantas coisas, com isso e aquilo e mais aquele outro lá?
As pessoas são únicas, diferente de sexo, idade, região, religião, time de futebol, enfim, uma lista enorme.
A mente humana é muito complexa. A mente feminina, então...
Por isso adoraria ser homem. Ser homem de verdade, pois de mentirinha eu já fui.
Uma vez, na escola, no meu segundo grau - hoje o ensino médio- o grêmio estudantil, inventou um correio, para criar o hábito de comunicação, e para que os alunos se conhecessem. Para incentivar a troca de cartinhas e bilhetes foi permitido esse intercâmbio entre as turmas, inclusive entre turnos.
Ou seja, comunicativa e curiosa como sempre fui, achei o máximo, e minha mente voou longe, e tão longe, que a partir de um recadinho na classe de minha colega, onde estava escrito mais ou menos assim: “olá, meu nome é Fulana de Tal, sou do turno da manhã, turma tal do 1º ano. Tenho 15 anos, sou baixinha, magrinha e adoraria me corresponder com quem senta aqui nesta classe, de preferência ser for menino.”
Pronto! Cutucou a onça com vara curta!
Foi aí que o Jean - qualquer semelhança é mera coincidência- um rapagão, moreno alto, forte, 18 anos, solteiro, baladeiro, entrou em ação!
Nos primeiros contatos nos matávamos – eu e minhas colegas - de rir, e mais ainda relembrando que já fomos tolinhas em acreditar em amores platônicos, sonhar com alguém que não conhecíamos ao vivo. E neste caso, que nem existia.
Hoje em dia, sei lá, perdeu a graça. O Orkut acabou com esse charme, essa surpresa e curiosidade. Pois vejam bem, todo mundo é lindo. Sim, ninguém coloca foto feia, espinhenta ou corcunda. Além do que todo mundo se ama. Todo mundo faz questão de declarar que é melhor amigo de todo mundo. E o pior de tudo, todo mundo fuxica a vida de todo mundo, colocando e encontrando falsas informações, e deixando muitas vezes de conhecer pessoas legais e demonstrar de fato quem realmente é.
Mas isso não é bem o que eu queria concluir com o assunto inicial... enfim, com certeza, se homem eu fosse, acho que não me prestaria a escrever e me preocupar sobre um assunto tão fútil...
Fútil? Relacionamentos não são fúteis. E, pimba! Tá aí porque entrei no assunto Orkut. Cartinhas, bilhetes, scraps, depoimentos, tudo faz parte da nossa rede, seja virtual, real, ou irreal, principalmente de interesse feminino... inclusive, fazem partes dos nossos conflitos.
(*Jeanine de Moraes)

Um comentário:

Cris Martins disse...

Bom, primeiro de tudo agradeço por citar meu texto.
Eu na próxima vidinha não quer ser homem, quero ser bicho, um animal qualquer (não pensante) hehe
Mas adorei teu ponto de vista.
A internet ajuda tanto quanto atrapalha nossas vidas...
É como aquela propaganda: "...menos resolver tudo por email..."
Confesso que até eu gosto de resolver várias coisas por email! É uma espécie de proteção.
Não precisar olhar a pessoa no olho.
Querida irmazinha de catchup, se não nos policiarmos, estamos perdidas!!! hehehe
Beijooooo