VOCÊ tem fome de quê?

Você tem fome de quê? Você tem sede de quê? Você acredita no quê?
Você é o que você come? Ou você é o que você acredita?
Você é suas ações, ou você é o que os outros pensam de ti?
Não, nada acontece por acaso!
Creio que nada acontece por coincidência. O universo realmente, completamente e inteiramente conspira para que as coisas se movam e aconteçam.
E sim: toda ação gera uma reação!
Segue uma reação, de uma ação vivida por mim, em abril de 2003, após um encontro com minhas sistas:
...
Hoje eu aqui, nessa cama, sozinha, com vontade de escrever, só ouvindo o tic-tac do relógio e o ruído da caneta nesta agenda não estão acontecendo por acaso! Agora exatamente são 22 horas, e a exatamente 1 hora atrás eu estava lutando com meu corpo... “Não, de novo não!”, “Não acredito!”, “Ai, nãaaaao...”, “Droga, esse ônibus que eu perdi, droga, agora é esperar o próximo...”, “E essa droga que não vem...”, “Não, de novo não...”, “Não agüento mais esse chiclé....”, “Argh, não agüento esse cheiro horrível, cheiro de sei lá o quê nessa rodoviária...”, “E essa droga de ônibus que não vem...”, “O 20h30 passou adiantado, e o das 21h nem sinal...”, “Argh, que cheiro podre, cheiro indescritível que está me fazendo mal...”, “Ai, de novo nãaaao!”, “Ai, que nojo, que nojo...”, “Estou ficando mal... se ao menos eu pudesse sentar...”, “Tô ficando tonta...”, “Preciso de ar...”, “Não, não posso respirar esse cheiro de banheiro público...”, “Tô sozinha... tô passando mal...”, “Peço ajuda?”, “E o ônibus, caramba, que não vem!”, “Ai, de novo nãaaao...”, “O que eu faço... corro pro shopping? Ligo pro Xandy? Não, ele não viria...”, “Ai, de novo nãaaaao...”, “Credo, vou desmaiar!”, “Sim, eu vou desmaiar!”, “Preciso sentar...não tem banco, vou sentar no cordão...”, “Que se danem!”, “Eca, esse lixo de rodoviária!”, “Vou sentar aqui, no meio-fio mesmo...”, “Ai, aliviou 3%, um leve vento...”, “Um vento misturado com esse cheiro de sujeira... mistura de cuspe, resto de refrigerante, sorvete, chiclé, toco de cigarro... cheiro de imundícia!!”, “Cheiro de gente suja e azenta...”, “Prostitutas, velhos bagaceiras, de gente que está ali como mais uma, simplesmente mais uma, terça-feira a espera de mais um ônibus, naquela imunda e fedorenta rodoviária...”, “Vejo pequenas estrelinhas, tá tudo branco...”, “Agora que eu caio...”, “De novo nãaaao...”, “Fundo, vou respirando fundo...”, “Ônibus! Meu ônibus chegou finalmente!!”, “Tô ruim, será que eu agüento...”, “Vou pro final do ônibus, quero me esconder... quero ar, vento, quero sair dessa sujeira!”, “Não, é melhor ficar por aqui...”, “Não, de novo nãaaao...”, “Nãaaaaaaaaaaaaaaaaaao!!”.
E no banco, atrás do motorista, entre o cobrador, dei 2 “golfadas” de vômito...
“Desculpa!! Perdão!!”, “Mil desculpas, senhor cobrador, mas foi incontrolável!!”.
Não respondi por mim, meu corpo reagiu...
Óh, não, de novo não!
...
Nada é por acaso... isso é verdade... mas o que meu vômito tem a ver eu não sei. Só sei que a pizza de alichea talvez me fizesse menos mal que a 4 queijos... tá bom, tá bom, 1 chopp e meio também tem a ver com meu vômito... Mas isso nunca, nunca, nunca, NUNCA me aconteceu: jamais vomitei por ter bebido álcool (muito menos por 1 copo e meio de chopp) e JAMAIS eu havia vomitado num ônibus...
Tudo tem sua primeira (e espero que única) vez, e nada é por acaso!
(*Jeanine de Moraes)

Um comentário:

FBrito disse...

Realmente, nada é por acaso, decifrar os sinais é uma arte que até mesmo aos mais entendidos é um mistério... mas, se nos entregarmos ao momento com confiança, sem pré-conceitos, quem sabe... receberemos docemente a resposta! Bjs