SOMOS TÃO JOVENS

Quando somos jovens de 17 anos, nossos ídolos estão no nosso dia-a-dia, participando da nossa realidade, vivendo dentro do nosso mundo.
Lemos livros, escrevemos poemas, cantamos e dançamos (loucamente) nossas músicas preferidas. E assim somos influenciados, descobrindo coisas fascinantes.
Idealizamos. Sonhamos com um mundo que nem sequer 10% sabemos como é, ou o que queremos dele.
Sonhos, projetos e ideologias por vezes ficam no passado.
Às vezes isso é bom. Tantos medos e inseguranças. Quantos acontecimentos que ficaram lá no passado? Que fiquem lá mesmo.
Hoje, com meus vívidos 35 anos, sinto-me tão jovem.
A cara não é a mesma. Não há mais aquele mesmo brilho no olhar, nem a pele é tão viçosa. Os cabelos já também não são mais os mesmos, os fios brancos tentam competir com meus fios negros, mas, enquanto eu ainda aguentar ficar estrábica em frente ao espelho, seguirei arrancando-os! Até não ter mais jeito e me render de vez à coloração, para cobrí-los. Ou quem sabe para mudar?
Só esta minha voz estridente é que não mudou em mim.
Do resto, só nas fotografias.
Se tudo em mim mudou, eu não posso afirmar.
As experiências tornaram-me menos tola, menos medrosa e muito mais confiante.
Continuo a mesma sonhadora, cheia de projetos e de energia.
Acredito na evolução da vida, acredito no amor, seja ele da forma, espécie, sexo ou crença que for.
Ontem, assistindo ao filme “Somos Tão Jovens”, de Antônio Carlos da Fontoura, que conta parte da vida e da arte de Renato Russo, as minhas lágrimas foram incontroláveis ao escutar “Geração Coca-Cola”. Foi uma nostalgia deliciosa total.
Pra quem é fã da banda Legião Urbana vale muito a pena, e pra quem não é, também. Além da musicalidade, há uma identificação no filme, que retrata a juventude, com seus anseios, medos e desafios da vida. Um filme ao mérito do grande ícone musical e poeta, o mito, e lendário Renato Russo.
O tempo não para. O tempo passa pra todos. O mundo, a vida e o cotidiano são pura poesia.
Essa simplicidade e complexidade é que fazem eu me apaixonar – sofrendo e amando intensamente, em altos e baixos como numa montanha-russa – pela vida.
Tantos jovens, de qualquer idade, têm potencial, se fizessem mesmo o dever de casa.
Pena que a energia e adrenalina, que correm nas veias na juventude, modificam-se com o passar dos anos.
Alguns chamam isso de amadurecimento. Podemos afirmar que muitos não amadurecem, seja com a idade que for.
Não falo sobre viver no passado, ou o fato de não evoluir. O que quero dizer é sobre aqueles que, com o passar dos anos, simplesmente, apodrecem!
Ser jovem ou velho é questão de atitude!
Viva para sempre, Renato Russo! Que eternizem suas canções belíssimas, que marcaram uma geração, felizmente, a minha.
*Jeanine de Moraes

2 comentários:

Cris Martins disse...

ÓTIMO! To louca pra ver...
São tantas as nossas obrigações que acabamos não encontrando tempo para "ser jovem"... Lembro da gente rindo uma da cara da outra... êta tempo bom... Bjjjj

Cristiano disse...

Show de bola esse texto Jeanine!!

Estou com vontade assistir este filme. Vamos ver se tiro um tempinho no final de semana para ir ao cinema.

Nessa semana, particularmente, muitas das coisas que tu falou, estão passando pela minha cabeça.

Abração!